No dia 6 de abril o Parque Nacional Marinho dos Abrolhos, com sede em Caravelas, no sul da Bahia, completou 40 anos. Para celebrar o aniversário do primeiro parque nacional marinho do Brasil, o Projeto Coral Vivo, patrocinado pela Petrobras, realizou atividades culturais e educativas para a comunidade local e visitantes durante todo o mês de abril.
As histórias do Projeto e do Parque de Abrolhos são entrelaçadas: os fundadores do Coral Vivo, Dr. Clovis Castro e Dra. Débora Pires, realizaram pesquisas na unidade de conservação, que possui vasta biodiversidade, desde a década de 1980. Clovis Castro contribuiu para a criação do parque quando participou como voluntário de uma expedição para avaliar biologicamente a região de Abrolhos, em 1981, em seu primeiro ano de mestrado no Museu Nacional, vinculado à Universidade Federal do Rio de Janeiro.
“Na época, não havia quem mergulhasse entre os pesquisadores, então, fui convidado a representar o Museu Nacional nessa viagem. Quando voltei para o Rio, escrevi um relatório sobre tudo que foi observado e este documento foi anexado ao processo de criação do parque. Não existia o Projeto Coral Vivo ainda, mas foi uma participação direta de um dos fundadores na história de Abrolhos e ali estava uma das sementes também do projeto.” – conta o Dr. Clovis Castro.
Além de sua importância para a biodiversidade e o meio ambiente, o Parque Nacional Marinho de Abrolhos foi fundamental no desenvolvimento de pesquisas sobre os recifes brasileiros. As primeiras coletas de materiais utilizados nas pesquisas iniciais sobre a reprodução de corais foram realizadas em Abrolhos, em 1996. As amostras biológicas foram trabalhadas por pesquisadores e alunos do Museu Nacional/Universidade Federal do Rio de Janeiro, resultando nos primeiros dados reprodutivos das espécies formadoras dos recifes brasileiros. Com a criação do Projeto Coral Vivo começaram a ser realizados trabalhos de monitoramento da desova dos organismos vivos em cativeiro e, também, da realização de fecundação in vitro.
“Eu, o Clovis Castro e o Fábio Negrão temos as vidas misturadas à história do Parque de Abrolhos e do Projeto Coral Vivo. Acho interessante essa mistura das nossas trajetórias profissionais, principalmente na questão da reprodução dos corais, que começou em Abrolhos na década de 1990 e se desenvolveu mais com o Coral Vivo a partir de 2003”, aponta a Dra. Débora Pires.
O Projeto Coral Vivo tem uma Coordenação Regional dentro do parque marinho de Abrolhos, chefiada pelo pedagogo, naturalista e instrutor de mergulho Fábio Negrão, que desde 2001 atua na região de Abrolhos com mergulhos científicos e é parceiro do Coral Vivo desde a criação do projeto.
Durante o mês de comemorações, o Coral Vivo preparou uma série de atividades: No dia 6, aniversário do parque, lançou o vídeo e o mapa digital “#ChapeirãoPierreAbrolhos360”. A gravação de cerca de três minutos, feita em 360o, conduz o espectador em um mergulho pelas formações recifais extraordinárias da unidade de conservação. O público pode assistir ao vídeo utilizando óculos de realidade virtual dentro do Centro de Visitantes do Parque de Abrolhos e no canal do Coral Vivo, no YouTube. Já o mapa digital está disponível para download gratuito aqui
“Um dos objetivos deste “Mapa Digital” é transformar o chapeirão em um ponto de mergulho modelo para visitação responsável e educativa, num local de valorização da vida marinha onde todos os cuidados necessários são tomados para que os visitantes possam se conectar, fazer parte, conhecer e conservar todas as formas de vida do ambiente recifal único no mundo. Fortalecendo a relação da gestão da Área Marinha Protegida com os segmentos de turismo e comunidade do entorno”, conta Fabio Negrão, coordenador de sensibilização do Projeto Coral Vivo.
Por ocasião do lançamento, aconteceu também uma roda de conversa sobre o uso das novas ferramentas tecnológicas como apoio ao trabalho de interpretação ambiental. Por causa de seus recifes de coral, Abrolhos é uma das regiões mais importantes do Atlântico Sul em termos de sistema biológico complexo.
E entre os dias 17 e 20 foram realizados encontros pedagógicos em parceria com as secretarias municipais de educação de Caravelas, Prado e Alcobaça. Mais de 200 educadores participaram. Durante os eventos foram elaboradas estratégias e ações de “Ciência Cidadã”, com apoio de obras e materiais didáticos e paradidáticos (livros, manuais e vídeos com foco nos ambientes coralíneos e nas relações socioambientais associadas a eles) produzidos pelo Projeto Coral Vivo. O objetivo da ação foi promover a cultura oceânica e científica nas propostas pedagógicas e inserir o conteúdo riquíssimo produzido e divulgado pelo Coral Vivo nas salas de aula.
Além dessas iniciativas, o Projeto Coral Vivo, entregou ao Centro de Visitantes a Estante Chapeirão: uma estrutura feita de madeira em formato de recifes de coral onde são disponibilizados livros e outros materiais sobre o ambiente marinho brasileiro produzidos pelo Coral Vivo e por projetos parceiros.
SOBRE O CORAL VIVO
O PROJETO CORAL VIVO nasceu no Museu Nacional/UFRJ, a partir de pesquisas em recifes e ambientes coralíneos brasileiros. Desde 2006, com o patrocínio da Petrobras, além de parcerias locais e nacionais, passou a atuar junto a vários setores da sociedade, como os órgãos governamentais; as universidades e escolas; os conselhos gestores; o segmento de turismo; os pescadores e os coletivos jovens. O projeto possui uma Rede de Pesquisas com 13 instituições envolvidas e uma Base de Pesquisas e Visitação em Porto Seguro (BA). Suas ações de educação incluem a formação continuada de professores, a edição e difusão de publicações e vídeos de divulgação científica. O projeto tem vários e importantes livros publicados, disponibilizados gratuitamente para download em seu site, alguns deles alvo de ações de adoção extraordinárias por parte de secretarias de educação, além de uma produção científica robusta e internacionalmente reconhecida e referendada.
Além disso, o Coral Vivo integra a Rede BIOMAR, junto com os projetos Albatroz, Baleia Jubarte, Golfinho Rotador e Meros do Brasil. Patrocinados pela Petrobras por meio do Programa Petrobras Socioambiental, eles atuam de forma complementar na conservação da biodiversidade marinha do Brasil. As ações do Projeto Coral Vivo são viabilizadas também pelo copatrocínio do Arraial d’Ajuda Eco Parque.
O Coral Vivo faz parte também da Rede de Conservação das Águas da Guanabara e Entorno (REDAGUA), que reúne, igualmente, todos projetos apoiados pela Petrobras. A rede tem como objetivo promover a conservação da biodiversidade, prestação de serviços ecossistêmicos, restauração ambiental, pesquisa, educação ambiental, inclusão social e comunicação na região da Baía de Guanabara e entorno, sendo constituída pelos Projetos Coral Vivo, Guapiaçu, Meros do Brasil e Uçá.
Nas redes sociais, o Coral Vivo já tem mais de 380 mil seguidores e em seu canal do Youtube veicula uma produção audiovisual diferenciada em termos de sensibilização e conteúdo. Venha mergulhar nessas redes para saber mais e, quem sabe, ser colaborador e apoiador do Coral Vivo: coralvivo.org.br
Saiba mais nos links abaixo:
https://www.ibahia.com/turismo/parque-nacional-marinho-dos-abrolhos-comemora-40-anos-290263
https://www.brasildefatope.com.br/2023/03/30/projeto-coral-vivo-oferece-oportunidade-para-voluntarios-conhecerem-o-fundo-do-mar
https://www.bahianoticias.com.br/bnhall/noticia/3384-40-anos-do-parque-nacional-marinho-dos-abrolhos-veja-atividades
https://diariocarioca.com/turismo/noticia/2023/04/06/parque-nacional-marinho-dos-abrolhos-comemora-40-anos-com-acoes-culturais-e-pedagogicas-no-sul-da-bahia/10395443.html