Projeto Coral Vivo estreia segunda temporada da série AMAR O MAR


13/12/2021


“Pataxó é água da chuva batendo na terra, nas pedras, e indo embora para o rio e o mar” (Kanátyo Pataxó, Txopai e Itôhâ, 1997). Assim começa a nova temporada da série Amar o Mar, produzida pelo Coral Vivo com o patrocínio da Petrobras, através do programa Petrobras Socioambiental.

Ambientada entre o mar e algumas aldeias indígenas Pataxó, encontradas próximas às maravilhas marinhas de Abrolhos, no sul da Bahia, a segunda parte da série tem direção e roteiro de Fabio Negrão, coordenador de Sensibilização do Projeto. São seis episódios inéditos que convidam o espectador a mergulhar nas sementes deste povo milenar através de canções originais, compostas por Rui Galdino, Anatan Galdino e Adriano Borel.

Em sua primeira temporada, Amar o Mar mostrou toda a beleza marinha de Abrolhos, que reúne os maiores e mais diversos recifes de coral do Atlântico Sul. Agora, a série adentra a região, protegida pelo Parque Nacional Histórico do Monte Pascoal e o Parque Nacional do Descobrimento, onde tribos de aldeias Pataxó continuam preservadas, cultivando e semeando seus saberes em total harmonia com a terra, os rios e o mar. “Nesta nova temporada quisemos mostrar a potência deste povo através de sua arte e sua relação de respeito com a terra e toda a biodiversidade existente nas florestas, rios e mares”, explica Fábio.

Os episódios têm, aproximadamente, 1,5 minutos cada, sendo o primeiro deles o único narrado, apresentando o conteúdo da série. Nos demais, a narrativa é feita através das letras das canções, criadas a partir das conversas e vivências com as tribos, trazendo inúmeras referências da interação deles com as espécies nativas de animais e plantas encontradas por lá. “Nós passávamos o dia observando, ouvindo e anotando o que eles falavam entre eles. Dali, saíram as letras das músicas, com referências aos pássaros que as crianças veem, aos animais encontrados na mata e ao dialeto do povo Pataxó”, comenta Fábio.

Como diz a música Casa de Marimbondo, que ilustra o episódio O Lugar do Sagrado, “Entrei na mata, em marimbondo eu não mexo/Deixa o bicho quieto seu moço, que a caça é pescoço, e eu só mordo quando me devo/ Respeite o homem da mata, cobra só pica quando se mexe, Jararaca, Cascavel, tem Caninana, cana sem mel/ Quando se vê não se avexe”. A música foi escrita baseada nas visitas às Aldeias Pé do Monte e Tibá, no extremo sul da Bahia, liderados pelos caciques Guaru Braga e José Fragoso, conhecidos por serem guardiões da floresta.

Em seguida, no episódio Coração ao Mar, a série apresenta imagens junto a várias Aldeias Indígenas do Povo Pataxó (como as aldeias Kaí, Tiba, Pequi, Pé do Monte, Porto do Boi e Barra Velha), localizadas entre Cumuruxatiba e Caraíva. Em As Honras da Casa, ao embalo da música Minha Aldeia, conhecemos algumas belas imagens da paisagem da região e da vida nessas terras indígenas próximas ao mar.

O penúltimo episódio, A Mata Abraça o Mar é inspirado numa roda de leitura promovida nas Aldeias Indígenas Tiba e Kaí, também nas praias do Moreira, do Rio do Peixe Grande, e do Centro em Cumuruxatiba (Prado/ Bahia) para estimular a consciência ecológica. Através da música Me dá um beijo que te digo, conhecemos inúmeras espécies nativas da Mata Atlântica.

Finalizando a temporada, nos versos de Amar o Mar, que diz, “Terra de gente, peixe, ave em gaiola, já não escuto mais lá fora o canto do meu sabiá/Peixe morrendo e todo lixo toma conta, mas a mala já tá pronta, não tem mais o que pescar”, refletimos sobre os conflitos sociais, econômicos e de acesso aos territórios de pesca e uso público das áreas costeiras desta região tradicionalmente usada pelos povos indígenas, conflitos esses, que acontecem até hoje, desde 1500, quando os portugueses chegaram ao Brasil.

Assista, agora, os episódios inéditos da segunda temporada que revelam os saberes milenares da cultura indígena Pataxó entocada no extremo sul da Bahia.

Tanto a primeira quanto a segunda temporada da série Amar o Mar ficam disponíveis no Canal do YouTube Projeto Coral Vivo.

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