Visando promover o conhecimento das relações socioambientais da Costa do Descobrimento e o pertencimento no território ainda na infância, o projeto Coral Vivo acaba de dar início a mais uma iniciativa para conectar as crianças às causas ambientais. De novembro de 2021 a abril de 2022, o programa, voltado para crianças de 4 a 8 anos, vai promover mensalmente passeios, encontros, bate-papos e rodas de conversas (com a participação dos familiares e cuidadores) sobre temas associados aos princípios dos direitos humanos, igualdade racial e de gênero, bem como os processos de aprendizagem da infância associados a natureza.
A turma de estreia dos “Recrutinhas” – nome que se dá aos “filhotinhos de corais” – faz parte da ONG Associação Filhos do Céu, com quem o Coral Vivo já possui uma relação de longa data. “Como ainda estamos lidando com a pandemia, resolvemos escolher um grupo único para trabalhar esse ano. Selecionamos duas turminhas de 4 a 6 e 7 a 8 anos, da Associação Filhos do Céu, com quem já temos uma longa parceria. Os educadores também acompanham e, depois, nós damos suporte para que eles desenvolvam atividades sobre o tema no dia a dia da ONG”, explica Thais Melo, coordenadora de Educação do Projeto Coral Vivo.
O primeiro encontro aconteceu em 22 de novembro, quando a turminha de 11 crianças visitou a Base do Projeto, dentro do Arraial D’ajuda Eco Parque. Já o segundo passeio guiado aconteceu no dia 6 de dezembro, na Praia dos Pescadores, onde, no período de maré baixa, formam-se diversas poças de maré que deixam visíveis as colônias de corais num simples caminhar pela praia. O objetivo do passeio foi que as crianças situem no ambiente natural o que aprenderam na Base do Projeto, para que possam reconhecer no território que vivem os conhecimentos construídos na primeira saída do programa.
Para Allan Hoffmann, oceanógrafo e educador ambiental do Projeto, esses passeios e vivências são extremamente importantes na infância, pois dão a oportunidade de as crianças experimentarem o contato direto com os ambientes naturais, principalmente para aquelas que vivem em bairros com poucas áreas naturais e/ou que possuem baixa acessibilidade aos mesmos. “Sem contar a pandemia, que distanciou muitos desses ambientes”, salienta.
Outro ponto levantado pelo educador é de possibilitar o aprendizado a partir de informações específicas de cada ambiente, contribuindo com os processos educativos contextualizados, além de promover o conhecimento das relações socioambientais do território que habitam, estimulando o desenvolvimento do senso crítico. “Sãos muitos os benefícios trazidos com essa interação com o meio ambiente. É uma maneira de dar tempo/espaço às prioridades e necessidades das crianças, isto é, à curiosidade, ao brincar, à descoberta e à imaginação”, reflete Allan.
Imagens: Projeto Coral Vivo