Monitoramento realizado pelo Coral Vivo constata que corais brasileiros se mantiveram saudáveis devido a fase fria do El Niño


06/12/2022


O projeto Coral Vivo, patrocinado pela Petrobras, analisa, permanentemente, os impactos naturais e, também, os produzidos por ações humanas, como as mudanças climáticas, tem afetado a saúde dos corais e, por consequência, do oceano.

 

Esse acompanhamento continuado de longa duração tem auxiliado no entendimento sobre como o aquecimento global afeta os ambientes de recife de corais. O aumento da temperatura da superfície do oceano é a principal causa do branqueamento dos corais, caracterizado pelo rompimento da “parceria” entre os corais e as microalgas que vivem no seu tecido e lhe fornecem energia. “Quando sob estresse térmico, os corais perdem algas simbiontes que vivem em seus tecidos e lhes fornecem alimento. Sem as algas, os corais ficam pálidos, com o seu esqueleto branco visível, e malnutridos. Por conta disso, o branqueamento produz intensa mortalidade de corais”, explica Miguel Mies, coordenador de pesquisa do Coral Vivo.

 

Segundo Miguel, o monitoramento realizado pelo Coral Vivo nos anos de 2021 e 2022, revelou que nesse período não houve branqueamento significativo em nenhum dos 15 pontos monitorados, em função da fase fria do El Niño.  A pesquisa mostrou que menos de 10% dos corais apresentaram branqueamento e, consequentemente, não houve mortalidade associada.

 

“O monitoramento é crucial para o acompanhamento da saúde dos ambientes recifais brasileiros, pois ele nos permite avaliar o impacto que esses ambientes poderão sofrer, por exemplo, em 2023 e 2024, quando deverá ocorrer uma fase quente do El Niño, acarretando severas ondas de calor”, Mies ressalta.

 

Miguel Mies lembra que entre 1998 e 2017, o branqueamento causou a morte de mais de 50% dos corais do Caribe e da Grande Barreira de Corais.  “No Brasil, os números são mais baixos, porém em 2019 enfrentamos o pior evento de branqueamento da história”.

 

 

O coordenador de pesquisa conta que desde então, o Projeto Coral Vivo montou o maior programa de monitoramento integrado nacional do branqueamento do mundo, cobrindo 2500 km da costa.

 

O Projeto Coral Vivo, com patrocínio da Petrobras e em parceria com 13 universidades, realiza o monitoramento em Abrolhos e Porto Seguro, Pernambuco, Rio de Janeiro e São Paulo, além de 10 outros ambientes recifais da costa.

 

Sobre o Coral Vivo

Patrocinado pela Petrobras desde 2006, por meio do Programa Petrobras Socioambiental, o Projeto Coral Vivo trabalha com pesquisa, educação, políticas públicas, comunicação e sensibilização para a conservação e a sustentabilidade socioambiental dos ambientes recifais e coralíneos do Brasil. Concebido no Museu Nacional/UFRJ, hoje é realizado por 13 universidades e institutos de pesquisa. Está vinculado ao Instituto Coral Vivo, que já foi coordenador executivo do Plano de Ação Nacional para a Conservação dos Ambientes Coralíneos (PAN Corais), e segue apoiando a iniciativa.

 

Além disso, o Coral Vivo integra a Rede BIOMAR, junto com os projetos Albatroz, Baleia Jubarte, Golfinho Rotador e Meros do Brasil. Patrocinados pela Petrobras por meio do Programa Petrobras Socioambiental, eles atuam de forma complementar na conservação da biodiversidade marinha do Brasil. As ações do Projeto Coral Vivo são viabilizadas também pelo copatrocínio do Arraial d’Ajuda Eco Parque.

 

O Coral Vivo faz parte também da Rede de Conservação das Águas da Guanabara e Entorno (REDAGUA), que reúne, igualmente, projetos apoiados pela Petrobras. A rede tem como objetivo promover a conservação da biodiversidade, prestação de serviços ecossistêmicos, restauração ambiental, pesquisa, educação ambiental, inclusão social e comunicação na região da Baía de Guanabara e entorno, sendo constituída pelos Projetos Coral Vivo, Guapiaçu, Meros do Brasil e Uçá.

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